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A -Corda

  • Claudina Damasceno Ozório e Shenia Karlsson
  • 21 de jan. de 2019
  • 2 min de leitura

Há tempos que nós (negros/ pretos) estamos na luta por direitos mínimos: acesso à educação, saúde, emprego etc etc etc. Bem sabemos que esses direitos nos possibilitam galgar espaços e em tese, ter uma melhor qualidade de vida. Acreditamos que à medida que estudamos, tendemos a ter melhor emprego, mais acesso à educação de qualidade e também à saúde, pois compreendemos que dinheiro é que possibilita o acesso.


Pois bem! A-corda! A cá, nesse país chamado Brasil, precisamos de um pouco de memória e visão sistêmica do funcionamento social, cultural, intelectual, relacional e até mesmo psíquico, pois os anteriores reverberam nesse. Como sempre dizemos: sem saúde mental não somos nada! E assim segue o baile de frustração, raiva, auto-ódio e ódio também. Uma sucessão de micro e macro violências (voltadas para fora e para dentro) mantenedoras do status quo e do sistema. Como diz um amigo, “o sistema é mal e é racista!”


A-corda, sabe porque?

A corda sempre esteve em pescoço preto.

A corda sempre buscou ‘lombo’ preto.

Agora, acorda! Porque ninguém gosta de preto. Sabe porque?

A primeira oportunidade que o seu melhor amigo tiver de te chamar de preto (a) e mandar você se enxergar, ele o fará. E o que será que ele quer dizer com isso? Isso se estende a familiares, patrões, professores, colegas de trabalho etc...etc...etc...

Preto não pode avançar. No imaginário social o seu lugar está na base, patinando e se destruindo e auto destruindo para a construção e enriquecimento de alguém, que não é tão preto assim...


O trabalho do preto tem muito valor, tanto que alguém enriquece com ele, mas ele não, porque o valor está no trabalho, não no sujeito negro/ preto.

Mesmo depois de passar por todo o ‘caminho do ouro’, que é o vendido – estuda que dá!, muitas vezes, ele percebe que esse caminho deu errado. E aí, segue o baile de frustração, deslocamento e inadequação. Esse encaixe no mundo branco, pede anulação, silenciamento e embranquecimento, mas e quando se sabe que é preto?

Pensando em termos emocionais...


Discurso é diferente de sentimento que é diferente de comportamento, eles precisam estar alinhados. Dizer, acreditar no que se diz e agir de forma coerente com o que está sendo dito exige corpo, coragem, autoconhecimento e enfrentamento. Como diz um amigo: ‘o mundo é mal e é racista’.

A questão é: o que fazer com isso?

Que envolve outras questões...

Como me proteger em um mundo que o tempo todo cria provas contra mim?

Como me livrar das projeções negativas direcionadas ao meu corpo negro?

Como manter a minha sanidade mental, com a corda?

Acorda!!!


Claudina Damasceno Ozório

Idealizadora e Coordenadora do Projeto Papo Preta:Saúde e Bem Estar da Mulher Negra- Rio

Psicóloga Clínica, Social, Mestre em Psicologia Clínica pela Puc- Rio.

 
 
 

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